#6 – A busca da paz

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São tantas as fontes de inquietação que nos atormentam, muitas delas veiculadas pelos noticiários. Não à toa, algumas pessoas dizem que preferem nem acessar tais meios de comunicação, pois sabem que as notícias, de tão ruins, afetarão seu estado de espírito.

Pois é. De fato, ficamos atônitos diante de fatos tão preocupantes: violência, crimes, desrespeito de toda ordem. Todavia, referidos fatos não ocorrem lá, mas aqui. Aqui é o lugar onde habitamos (lugar este que é bem mais amplo que as paredes da nossa casa ou os muros dos nosso jardim). Então, proponho uma reflexão a partir do seu dia a dia, desde o momento em que acorda (direcionando o foco para o modo como se relaciona com a família), compreendendo o trajeto de deslocamento ao trabalho (quando inevitavelmente compartilha o espaço do trânsito com outros motoristas, quiçá mais impacientes), porque não o ambiente escolar (onde muitos conflitos, ainda pequenos, envolvem o relacionamento do seu filho com outros colegas e professores), até o ambiente profissional (onde, de regra, não são poucos os desafios que colocam à prova suas mais nobres virtudes, especialmente de resiliência e perseverança).

Perguntemo-nos: – Onde foi parar a paciência e a tolerância? Santo Agostinho já dizia que “não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”. Bem, sem o exercício destas virtudes, como praticar a compreensão e, a partir dela, alcançar a empatia (sentir o sentimento do outro)?

A considerar que o contrário da paz é o conflito e que nele, de regra, reside a injustiça, preocupo-me com a dor por esta causada. Sim, porque a injustiça causa dor (que, por sua vez, nem sempre encontra alívio nos analgésicos). A melhor maneira de contornar o conflito pressupõe que se corte sua espiral (evitando que se agrave ainda mais) e se assuma, de alguma maneira, a responsabilidade que incumbe a cada um dos envolvidos na lapidação da sua solução. Para tanto, não se pode depositar a culpa somente no outro e nem ao depositar, nos ombros de outrem (nem mesmo do Poder Judiciário) a expectativa de seu equacionamento. Toda e qualquer alternativa de solução será tão mais legítima quanto mais e mais for conjugado, pelos próprios litigantes, o verbo na primeira pessoa do tempo presente. Assim: O que eu posso fazer para resolver esta situação? Para esclarecer este mal entendido? Para saldar esta obrigação.

O que temos a ver com a paz?

Tudo, absolutamente tudo!

Programa exibido em 11 de setembro de 2015

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