Semana da pátria chegando. Para além do feriado que tanto esperamos, o momento sugere que reflitamos sobre o significado que atribuímos ao patriotismo. Sabemos que é a qualidade ou característica de quem é patriota, ou seja, de quem tem devoção pela sua pátria.
Proponho que humanizemos o conceito para aproximá-lo ao amor pelo próprio povo. Joaquim Nabuco já dizia que o verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Ao nos lembrarmos da infância, quando, ainda na escola, entoávamos o hino olhando para a bandeira, de súbito, nos invade um sentimento vivo de amor e respeito à pátria brasileira. A propósito, vivemos isso recentemente quando o povo foi às ruas bradar sua indignação contra a corrupção.
Por falar em independência, me vem à mente a letra do hino: “Brava gente brasileira! / Longe vá… temor servil: / Ou ficar a pátria livre / Ou morrer pelo Brasil.”
Bem, não tenho a menor dúvida de que somos, realmente, uma brava gente brasileira. Todavia, quanto à liberdade, em seu sentido mais legítimo, tenho algumas dúvidas.
Não tenho tanta certeza de que esteja raiando a verdadeira liberdade no horizonte do Brasil. Afinal, a liberdade que queremos pressupõe conscientização dos direitos e acesso à justiça. Pressupõe cultura, educação, saúde e segurança. Pressupõe trabalho e salário digno. Pressupõe respeito e solidariedade. Pressupõe condições para o desenvolvimento, sem tantas amarras tributárias, por exemplo. Tudo em torno dos interesses comuns em benefício da pátria, ou seja, de todos, indistintamente.
Como podemos perceber, para que a liberdade venha a raiar com plenitude, muito há a ser feito, inclusive por nós. Analisada a independência como um processo histórico, entendo que, passados tantos anos, essa tal liberdade ainda está em construção. E mais: esta tarefa não é de um, nem de uns, mas sim de uma nação inteira. É, portanto, minha e sua.
Programa exibido em 04 de setembro de 2015
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